Levanto cedo e me sento
na varanda de frente
[para o crime?]
para o centro. –
Ainda quieto; acorda e
se espreguiça.
Primeiros, pequenos passos
Primeiros, pequenos passos
de sono interrompido –
despertador –
cortinas e janelas se
abrem,
céu limpo, o vento é
calmo
e agradável
café é preparado.
Ônibus urram. Definem
e ditam os rumos da caminhada
e as primeiras motos já
se destacam.
Seguidamente, loja após
loja anuncia
o início da temporada
diária de caça
com o som
metálico-estridente de seu abrir de grades.
É tempo de pressa,
meus caros,
é hora para os
apressados; carros
já tumultuam trânsitos
e buzinam.
Os primeiros estacionam
e o trabalho começa;
não há mais para onde
correr
à luz do dia tudo é
voltado para a produção
de uma vida que não
sabe aonde vai nem porquê.
É chibata no lombo de
qualquer poeta ou beat;
é sufoco para o homem
que aperta a gravata
e sorri a mulher que há
de ser estuprada.
Tudo que visa à calma
do mercado, prevê
sua servidão
voluntária ao padrão de vida do patrão
que confia a você o
trabalho de querer manter.
Eis a ordem,
Sorria!
É concreto que o
concreto desperta;
E vejo tudo de muito
perto, desperto.
Sinto. E os cheiros do
pneu e asfalto me fizeram poeta.
Há todo um escárnio
cá embaixo,
Abaixo do véu da
fumaça, tem fogo e o pau-quebra.
Mas por enquanto é só
o início,
Aproveite bem a aurora
do começo do dia.
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