Excelentíssimos senhores
digníssimos,
queridos diretores da FAFICH
–
expliquem-me direito, não
compreendo
devo ter entendido errado
ou deve estar errado o
caminho acadêmico.
Impressionantes são os rumos
de sua política;
indago o sentido de sua
definição,
óh excelência!
Os fatos demonstram e seus e-mails
explicam –
“Ah de separar os homens e
isolar estudo de sociedade!”, conclamam.
Ouço: “Ultra
especializemo-nos (nem ao menos conversamos);
e retiremos da universidade
os inaptos que atrapalham.”
Vejo que cartilha seguem e
não me animo – buscam o ranking –
definido por Xangai ou
qualquer outra corporação,
pergunto, direção:
É legítimo e louvável que a
instituição do lucro
Seja a que defina os
parâmetros da educação?
Digo que não!
E para o inferno a ladainha
de erudição separatista,
autoritária, preconceituosa e elitista.
Foram seus longos estudos
(parte no exterior)
que lhe fizeram concluir,
imperador Alexandre,
que a enorme sociedade
atrapalha o pensar da bolha universitária?
Qual base teórica o fez tão
sábio
a ponto de reduzir o processo
pedagógico
ao nível de
professores/provedores ultra capazes
e estudantes acéfalos,
passivos de repetição somente?
Em quais teóricos baseia seus
atos
de negar o espaço e a
construção democrática
dentro das humanidades de uma
universidade?
Pergunto por querer manter
distância do que habita em vossa cabeça.
É o ser humano quem pensa,
senhor;
e seu conjunto faz política.
Lembre-se que é vastamente
social a sociedade; e muito vária.
Inclui muitas Márcias.
É a universidade um local de
saber
e ele deve ser construído
inclusivo, inclusive.
Não fechem as portas,
senhores diretores,
desçam do pedestal e ouçam.
Há sábias vozes nas ruas, nos
corredores
em outras comunidades e
favelas.
Há quem queira um
humano-livre e mais ciente de sua transdisciplinaridade.
Há quem queira fazer
sociologia com arte
e pôr política em verso.
Não se reprima diretor, que
coisa feia!
Não instale guardas e delete
centros acadêmicos.
Entenda que há mais formas de
debate,
que espaço de aula também
pode ser bosque e festa.
Tente se animar no batuque do
café filosófico, oh mestre,
ou o senhor almeja um saber
tão pré-moldado
que já venha com código de
barras impresso?
Será o senhor, o criador
do “Selo Monsanto de Qualidade
Acadêmica”?