terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poema do perdão



Para um tal pedido de desculpa
perdão, não basta.
Há de haver poesia!

É destas coisas,
das entranhas,
que brota a desculpa-motivo
de dor e poesia.
É um mosto de sangue e carne
moída nas ruas de uma existência
erma na cidade de luzes e cantos.

Quais cantos?
Lá existe conhecimento?
E erro?

Cabe perdão a meu erro?
E me calo.


Ecoam as vozes tristes
e com raiva por estarem tristes.
Foste tu
ingrato, insensível,
monstro!
Não viste?
O amor esteve sempre presente.
Notaste?
Estavas tu, então, presente?
E no presente dela,
onde estavam seus olhos,
seu presente?

Olhos nos olhos.
Decepção de teus olhos
pela tristeza dos outros olhos,
que feristes.
Quê causas-te?



Não só perdão, meu amor.
É pouco.
Para meu amor, todo meu amor em desculpa,
meu ser em lágrima torta de poeta, em poesia.

É a dor meu alimento, amor.
É saber dos sentimentos tortos, minha busca.
Sou ermo, sou torto.
Para ser poeta!
Ama este amor com paciência, amor.
Perdoa este poeta insensível que te ama.

Toda esta dor em apenas uma pergunta.
Posso caber novamente em teus braços?
                                            seu cabelo?
                                      em tua cama?
Cabe perdão a  meu erro?
Cabe desculpa a minh’alma?
A de amar ao poeta?

E me entrego.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um tal manifesto


Por um amor clichê e ardente!,
um sempre animado; que só agregue.
Pelo amor escancarado – da porta para a rua.

Um amor extrovertido e calmo
sem abuso, sem roubo
e sem mágoa.

Aquele amor sincero e limpo.
Amor de companhia; envolvente e sem armas.
Amor,
que não iluda.

O tal
            que é de todos,
            que é para todos, plenamente
Amor que sorri em amizade.

Amor que sente e fundi e mistura e sente
                                                                       de novo.
Amor com compaixão.
                                   De novo.
A môrquinclua.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Regionomundialista


Senta
afina o rádio – solta pipa.
                                        Mastiga
                                        o tanto mundo
                                                     o tal do mundo,
                                                                   o operário.

Escuta,
mira e executa.
Acusa,
a tal da cura, a dita cura, a cuja:
A disciplina!                   (2x)
Para patrão e delegado.

Espanta,
              que tanta gente tá calada!
Não fala
(deve de tar silenciada)
"Deve de tar atrás de cargo de empreiteira!
 Deve manter a boca fechada!”

Não esqueça,
                     trabalhe.
Mas deve ser para seu sonho;
se quer saber, (...)
                              Saia de lá da propraganda,
                                                  entenda a trama
                                                  e também trame
                                                  se informe,
   saiba do mundo e se posicione.


Vou andar por aí
e conhecer as esquinas do mundo.
Vou estar por aí
e dividir as mazelas com o mundo.
Vou cantar por aí
meu manifesto pelas esquinas do mundo.