Este verso que salta da garganta
e escorre em mágoas pela tinta da caneta,
é a história corrente, chorada
vista nas enxurradas dos becos
e bocas sofridas,
desesperada.
É o mesmo
do órfão que chora
num canto esquecido da cama
do abrigo que não completa o sonho
nem livra a carne
da memória do abandono.
É a mulher que não sabe
ser senão traída.
E ama solitária a sumir na cabeceira
e enxugar no lençol
a lágrima desmerecida.
É aquele,
o sapo engolido
por quem não concorda mas tem chefe.
É a voz que quer gritar,
mas cala.
É a vez que já não importa.
É o trem
que já não vai pegar.
Para senti-la, é preciso,
sentir que não vale a pena
e desistir.
É a vida que já não deseja.
Para escrevê-la é preciso um ato
de desespero máximo, último.
Ir às ruas em horário de pico
sem explicar um tiro;
suicídio.
Para dizê-lo:
Esta vida já está morta!
Morrer dela é tentar sobrevida.
São todos os sentimentos
em retalho único que gira em tormenta.
Do qual nada se entende,
mas tudo assenta.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Meu ardor
Desculpe se insisto em versos
com intuitos secretos
e lágrimas nas mãos.
Se me derreto e pingo
sem um pingo de vergonha
é Para dizer-lhe:
“-Não concebo viver sem paixão!”
E mesmo louco ou mentiroso
prefiro o ar e a dor
pulsantes
no peito.
Por que se para viver ditado
é que se torne silente um coração,
revolto-me em choro
e lacrimejo a dor do abafo.
Então, se me atiro em poço
sem pensar aonde é o fundo;
se entrego tudo e me estrepo
vou à lona, bebo a lama no chão;
se não tenho carreira
ou futuro promissor,
É argumento
Mais valer o que sinto
sem razão.
Em meu tempo
de presente,
busco o coração.
Em espera a poesia ronca em súplica
alguém que espante a solidão,
alguém que viva por paixão!
com intuitos secretos
e lágrimas nas mãos.
Se me derreto e pingo
sem um pingo de vergonha
é Para dizer-lhe:
“-Não concebo viver sem paixão!”
E mesmo louco ou mentiroso
prefiro o ar e a dor
pulsantes
no peito.
Por que se para viver ditado
é que se torne silente um coração,
revolto-me em choro
e lacrimejo a dor do abafo.
Então, se me atiro em poço
sem pensar aonde é o fundo;
se entrego tudo e me estrepo
vou à lona, bebo a lama no chão;
se não tenho carreira
ou futuro promissor,
É argumento
Mais valer o que sinto
sem razão.
Em meu tempo
de presente,
busco o coração.
Em espera a poesia ronca em súplica
alguém que espante a solidão,
alguém que viva por paixão!
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