Para um tal pedido de desculpa
perdão, não basta.
Há de haver poesia!
É destas coisas,
das entranhas,
que brota a desculpa-motivo
de dor e poesia.
É um mosto de sangue e carne
moída nas ruas de uma existência
erma na cidade de luzes e cantos.
Quais cantos?
Lá existe conhecimento?
E erro?
Cabe perdão a meu erro?
E me calo.
Ecoam as vozes tristes
e com raiva por estarem tristes.
Foste tu
ingrato, insensível,
monstro!
Não viste?
O amor esteve sempre presente.
Notaste?
Estavas tu, então, presente?
E no presente dela,
onde estavam seus olhos,
seu presente?
Olhos nos olhos.
Decepção de teus olhos
pela tristeza dos outros olhos,
que feristes.
Quê causas-te?
Não só perdão, meu amor.
É pouco.
Para meu amor, todo meu amor em desculpa,
meu ser em lágrima torta de poeta, em poesia.
É a dor meu alimento, amor.
É saber dos sentimentos tortos, minha busca.
Sou ermo, sou torto.
Para ser poeta!
Ama este amor com paciência, amor.
Perdoa este poeta insensível que te ama.
Toda esta dor em apenas uma pergunta.
Posso caber novamente em teus braços?
seu cabelo?
em tua cama?
Cabe perdão a meu erro?
Cabe desculpa a minh’alma?
A de amar ao poeta?
E me entrego.
porra!!!! seu eu-lírico tá um pouco culpado!!! que qui vc arrumou ( pergunta ao eu-lírico)?
ResponderExcluirparabéns, brilhante!