terça-feira, 5 de julho de 2011

Último suspiro


Era manhã no inverno em que nasci
e a beleza do céu azul e limpo
fez parte de mim desde que vi.
A partir do frio percebi que desejo
é de afago e afeto;
que amor é cobertor envolvente
coberto por aflições do mundo exterior.

Segui o impulso e busquei o que faltou.
Sob o sol, ardi.
Em febre de juvenil quis amar a todo custo.
Sem método, sem alvo,
sem saber o que é rima.

No encalço do escuro abaixo da lua
segui rastros e traços,
vasculhei sombras e sobras.
De amor na lixeira,
alimentei-me, sendo nada; sendo podre.
Como bicho, como trapo,
como ser desconhecido.

Sem êxito, agora, no fim do dia
recolho-me ao lar e aninho o leito
em que deito a espera,
sem ânsia.

Não me iludo antes do último suspiro,
da morte do dia perdido.
Sei quem sou: o que fui;
Sei quem és: a que foste.
Só,
Ausência!

Um comentário:

  1. PORRAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!! Regaçou!Nii!!! teve a moral!! gostei!! Brilhante véi! Parabéns.. de coraçao!

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