domingo, 27 de junho de 2010

Esquina do mundo

Em um estranho,
o mais estranho dos dias,
nu,
senti o tempo parar em uma esquina.

Enquanto ardiam de ânsia meus pés descalços,
sob o teor imóvel do asfalto
o desfiladeiro de um coração frio tragava o mundo.
“Cego como trator;
voraz como usina!”.

Houve uma chuva fria,
de pétalas e flores constituída.

E no instante do mundo no qual:
• O espaço dilui e se espalha;
• o tempo pára;
• o improvável; nada.
A chuva que caía, logo acumulava.
Formava um rio,
que subia.

De súbito,
um mergulho profundo.
(...)
Fui com o amor, subindo a serra.

(...)
Enquanto a cidade desmoronava,
o rio seguia.
Em forma e perfume de mulher amada.

Um comentário:

  1. Linda, maravilhosa.
    Fiquei altamente chocada. A poesia é muito linda.
    Só que acaba sem terminar. Igual à "A cura".

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