sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Lua e Eu

De súbito a claridade! Já anunciada entre as linhas que nos perpassam
Mas que jazia escondida no que há de obscuro, no secreto do espelho.
Só o tempo, só o tempo... Que passa lento e caminha com passos firmes
Para resolidificar o sólido e expandir mais o rubro aparelho
E delatar o que seus sonhos cantam
E destruir o que temes

Ai! A solidão irá me acompanhar e não há com não ser triste
O mundo, a vida, a morte até os sonhos nos condenam à dor
Tudo que é torpe é o que existe. E tudo me parte
Cada gesto, cada cor, cada lágrima
Tudo me emociona
É um desastre!

Ai! E o que me rasga é o mesmo que me laça
É o que me faz pedir mais um gole

É o veneno que me chega em taça
É o que há de mais torpe
E o que existe com mais força

Por isso canto e clamo:
Oh lua! Oh lua!

Chegas-me com esse sorriso pleno
Essa fartura de brilho
Esse infinito nos olhos

Chegas-me com essa charla
Com o doce na ponta da língua
Com a palavra que mingua
E com o silêncio que me cala

Venha e não se afaste!
Lua minha
Sonho meu

Venha e não resguarde o sob o véu
Não me impugne teu vórtice
Que a mais pura tolice
É me privar deste céu

Oh lua! Não me impeças de teu brilho
de teu sorriso, de teu calor, de teu rosto
Pois a ti dei-me de amor
E por isso sou roto!

Poesia dedicada à Thobila de Lima Costa

Um comentário: