Tudo bem, deixe assim.
Aperte as correntes no peito,
sufoque o afeto,
amarre o pescoço
e proíba o beijo.
Tudo bem, mantenha o veto.
Macere o homem
segure seus braços
cimente as pernas
e faça a saída ilegal.
Cá do meu lado, não mudo:
contínuo desobediência,
mastigo o verbo e insisto;
que se discuta!
Por quê fome e guerra
corruptos permanentes
pobres caçados
digníssimos malignos
mortos os santos
falta de amor
arte
machismo?
*
E principal, quem ganha com isso?
Quem disse que só dinheiro vale
vale tudo por dinheiro
só é feliz um indivíduo
competir é a melhor forma
discordar é crime
exclusão e abafo resolve
tem que ser de morte a pena?
*
E, por favor, quem ganha com isso?
Deixe estar, jacaré;
me espera.
Em espera
quero ver o inflamar da ferida
o supurar da chaga
o furor da massa.
Que de comprimido, racha
o vidro de informação
- falsa –
e mande à merda a prática de morte
dos Estados e de seus chefes.
Espero
o povo das
ruas
com o povo
nas ruas
nas ruas de subúrbios e centros
de mãos dadas na Internet
retribuindo em troca
flores de bondade aos males.
Que seja arte a bandeira.
Que ela esteja na vida!
gostei demais, Vitor. sua escrita tá tomando um jeito cada vez mais, seu. boa, meu caro, boa!
ResponderExcluirpelo visto teremos um outro grande poeta mineiro! parabéns mano!
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