terça-feira, 7 de junho de 2011

Deixe estar


Tudo bem, deixe assim.
Aperte as correntes no peito,
sufoque o afeto,
amarre o pescoço
e proíba o beijo.

Tudo bem, mantenha o veto.
Macere o homem
segure seus braços
cimente as pernas
e faça a saída ilegal.

Cá do meu lado, não mudo:
contínuo desobediência,
mastigo o verbo e insisto;
que se discuta!

Por quê fome e guerra
             corruptos permanentes
             pobres caçados
             digníssimos malignos
             mortos os santos
             falta de amor
                          arte
             machismo?

*        E principal, quem ganha com isso?

Quem disse que só dinheiro vale
                           vale tudo por dinheiro
                           só é feliz um indivíduo
                           competir é a melhor forma
                           discordar é crime
                           exclusão e abafo resolve
                           tem que ser de morte a pena?

*        E, por favor, quem ganha com isso?

Deixe estar, jacaré;
me espera.
Em espera
quero ver o inflamar da ferida
o supurar da chaga
o furor da massa.
Que de comprimido, racha
o vidro de informação
             - falsa –
e mande à merda a prática de morte
dos Estados e de seus chefes.

Espero
            o povo das ruas
            com o povo nas ruas
                                 nas ruas de subúrbios e centros
de mãos dadas na Internet
retribuindo em troca
flores de bondade aos males.

Que seja arte a bandeira.
Que ela esteja na vida!

2 comentários:

  1. gostei demais, Vitor. sua escrita tá tomando um jeito cada vez mais, seu. boa, meu caro, boa!

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  2. pelo visto teremos um outro grande poeta mineiro! parabéns mano!

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