sexta-feira, 4 de março de 2011

do saber do velho

Em um dos dias
de andança pela vida
em indas e vindas
de vidas em indas,
conheci um velho.

De andar um pouco encurvado
olhos espertos, indagativo
das incertezas da certeza
de quem caminha
e muito já caminhou.
Um velho
já careca, ainda grisalho.

Este velho amou, casou
desquitou, retentou
filhos e filhas, criou.
Viuovou.
Sempre, muito trabalhou
de dia-a-dia em obrigação
da roça de casa simples de sapê.

Era um velho.
Que pouco falava, só na hora;
Que vivia em casa de pouca mobília;
Que nas estradas muita gente via;
Que depois das obrigações
do trabalho e da TV de todo dia,
depois de beijar a mulher e ninar os filhos,
se sentava à mesa pequenina
debaixo da luz da sala/cozinha
via estrelas e pensava,
refletia a vida.

Eu queria saber,
do velho,
do saber do velho,
sobre a vida.

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