sexta-feira, 15 de julho de 2011

Escrevo


Insisto em versos, são o que tenho
e não tenho medo se repetitivo.
Não escondo minha vontade
quero o humano submerso em arte
e digo direto, sem máscara ou firula.
Tenho um coração imenso
- que não sendo oco –
sinto muito.
É dele que preciso dar conta.

Para além dos detalhes é tudo enfadonho
e não quero desperdiçar meu tempo.
Me interessa saber dos retalhos da observação
que só atentam aos olhos mais treinados e atentos.

* Dois pássaros ao longe, um cinza outro preto,
   que se dispersam na paisagem de uma cidade.
* Maritacas conversam em canto
   logo acima da obra de um prédio.
* Das bougainvilleas, de beleza escancarada
   impossível não serem notadas.
   Poucos ligam nome à pessoa.

E perdem-se os olhares
em um tão vasto mundo de produção.
Obrigados, todos nós!
E sorriem coronéis, comandam patrões.
Obrigado...
Obrigado...
Obrigados!

Mas insisto em verso, não esqueço minha vontade.
Submerjo em arte e digo sem firula:
“Tenho um coração imenso,
que não sendo oco - sinto muito -
é dele que preciso dar conta.”

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Futuro?

Meu desabafo é curto, derivado de afasia.
O tempo não pára mas seus habitantes não se desenvolvem,
estações e sombras se movem, como na tela passada às pressas, por um impaciente zapeador de destinos,
tráfego severino - retirantes da minha própria mente,
fugindo do pesar de não zarpar, parar, pensar, realizar.

A batida é a deitada no travesseiro,
um meneio, minuetos de tercetos,
daqueles que só paleta velha consegue tirar...
Reverbera e estala, consagra e respira
a cada gole,
galões de prata que descem garganta adentro,
pois ouro, ah o ouro...
Desse mesmo só ouvi falar...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Último suspiro


Era manhã no inverno em que nasci
e a beleza do céu azul e limpo
fez parte de mim desde que vi.
A partir do frio percebi que desejo
é de afago e afeto;
que amor é cobertor envolvente
coberto por aflições do mundo exterior.

Segui o impulso e busquei o que faltou.
Sob o sol, ardi.
Em febre de juvenil quis amar a todo custo.
Sem método, sem alvo,
sem saber o que é rima.

No encalço do escuro abaixo da lua
segui rastros e traços,
vasculhei sombras e sobras.
De amor na lixeira,
alimentei-me, sendo nada; sendo podre.
Como bicho, como trapo,
como ser desconhecido.

Sem êxito, agora, no fim do dia
recolho-me ao lar e aninho o leito
em que deito a espera,
sem ânsia.

Não me iludo antes do último suspiro,
da morte do dia perdido.
Sei quem sou: o que fui;
Sei quem és: a que foste.
Só,
Ausência!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Espelho

Sentimentos escritos em um espelho
Que para mim tinham um significado
Mas na verdade eram totalmente inversos.

Os Sentimentos e as Dores

Dores que remente a saudades
Que são sentimentos puros de saudade
Que ficam sendo Dores
Dores por varias coisas

Dores de que são saudades,
Dores que são Desejos,
Dores que são aquilo que um dia se quis,
Dores que são aquilo que um dia se perdeu

Estas dores são frutos de desejos
Estas dores são frutos de medos
Estas dores são sonhos
Estas dores em parte sou eu.